terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Olhas para mim, que sou carne e alma que vacilam pelos corredores, voando. Olhas para mim e achas que sou de uma rebelde inocência que cativa, de um olhar obscuramente angélico que te prende, de um cabelo demoniacamente penteado que te perde. E pensas que sou de uma bondade que nunca acaba, de um rancor inexistente, de um bem estar permanente. Pensas para ti que sou verdadeira, nada trapaceira, que piso o chão sempre confiante, na minha condição de solteira. Pensas ingenuamente que sou um anjo que caminha, pé ante pé, mas o meu olhar chama-me profana, faz de mim mundana, mulher que mentes engana. Julgas que sou a criatura mais adorável; cautela amigo, pois sou o animal mais mutável, tanto sou dócil como odiável. E se segura de mim me vês, desengana-te, pois estou vestida de qualidades que se perdem na nudez.
Mas todos me julgam mais do que não sou do que o que sou realmente, anda, solta essa mente, é que há quem ainda não compreende, que todo o ser é um ser aparente.



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