sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ouvi que morreras

Ontem sonhei que morreste.
Sim, que morreste, ouviste?
Não devia ter sonhado tal pesadelo,
Como podias tu morrer assim?
Não me lembro de mais algum detalhe
do que ouvir que morreras.
E acordo assim, estremunhada, como se tivesse tido uma visão do que seria, por momentos, ou para sempre, sentir que te perdera, mãe, sem saber bem como e porquê
Só sei que morreras, ouvi que morreras, sem te ver.
Mas sonhos são sonhos, ainda que pesadelos, mãe.
É que mais forte é a força de querer ser
alguém que veja ainda por muito tempo
todos os que merecem ou não morrer,
esvaírem-se no pó da estrada
que os meninos da escola sacodem dos sapatinhos de vela.

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